quinta-feira, 30 de junho de 2011

O (IR)RESPONSÁVEL É O ODONE

A questão que se estabeleceu no Olímpico é um jogo de empurra com relação à responsabilidade pelos fracassos do ano. Em realidade a demissão do Renato foi isso. Explico: Odone com a entrevista pós jogo e a consequente demissão do Renato, ou pedido de demissão deste, não importa, quis dizer que a responsabilidade pela ausência de resultados é exclusiva do treinador. Tirou o corpo fora, quando deveria assumir a incompetência de seu mandato no tocante ao futebol. A imprensa diz que Odone teve que engulir o Renato, em virtude da ótima campanha do ano passado. O Grêmio terminou o ano na Libertadores e com um time montado, pronto. No início do ano começaram os problemas sem qualquer participação do Renato. Jonas saiu de graça e não foi substituído; Paulão, mesmo com as deficiências conhecidas, fez muita falta e saiu em meio a Libertadores para a China; André Lima se machucou seriamente e não compraram ninguém; o time não teve lateral esquerdo desde a saída do Fábio Santos (acharam que ele não servia). Esses são alguns pecados mortais patrocinados pela inércia da direção que não entendeu a necessidade urgente. Renato avisava e não era atendido. A perda da Libertadores e do Gauchão eram anunciadas e não causaram espanto. Como ganhar de alguém jogando com Lins e Viçosa no ataque? Essas eram as alternativas do Renato. Agora que estão chegando alguns reforços mandam o cara embora? Vão vocês e já vão tarde. Olha que quem está criticando é um cara que já votou no Vicente e votaria no Odone se segundo turno tivesse no ano passado. O Deputado ainda não assumiu o mandato, só se fala em Arena, enquanto amargamos um jejum de 10 anos. A presidência do Grêmio não pode ser um fardo para quem a ocupa. Deve ser a coisa mais importante para o mandatário, ou então não se apresente. Rainha da Inglaterra não queremos, precisamos do Odone de antigamente e não esse que não assume os seus erros, e são muitos. A demissão do Renato é inaceitável, ou, se houve pedido de demissão, esse não poderia ser aceito. Dia de luto para nós gremistas.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

FUTEBOL E IMPRENSA

Quando a gente escreve em um blog despretensioso, como é o meu caso, não temos certeza se somos lidos, ou quantos nos lêem. É legal constatar que somos lidos por pessoas que nunca vimos no mundo real. Mais legal ainda é receber sugestões. Valeu Michel. Mas hoje quero abordar um tema que me irrita profundamente. A cobertura da imprensa sobre o futebol. Ruy Ostermann, parafraseando algum castelhano, chama os comentaristas e repórteres de "los invictos", e esta sentença, sem dúvida, é prolatada no sentido pejorativo da expressão. Esta invencibilidade da imprensa, tem a ver com a falta de compromisso com as opiniões lançadas. Aquela sentença do jornalista, definitiva sobre um jogador, técnico ou mesmo de um dirigente, pode mudar com enorme facilidade, esquecendo-se por completo a anterior. Agora estou tendo que assistir criticarem a direção do Grêmio pela dispensa do Borges. Eu criticaria no sentido de que o Grêmio não se preparou para a temporada, que os atacantes após a saída do Jonas, eram insuficientes, que após a lesão do André a coisa piorou, mas a dispensa do Borges não poderia ser criticada. Há poucos dias, porém, eu ouvia dos mesmos que o Borges não estava comprometido, que a expulsão dele no jogo da Católica não tinha explicação para um jogador rodado, insinuaram que o penalti perdido no Grenal do segundo turno tinha sido de propósito e etc.. Depois de todas essas críticas, não só do futebol apresentado, mas sobre o caráter do jogador, criticam agora a direção pela sua dispensa, mostrando-se oportunistas pelo futebol que o Borges vem apresentando no Santos. Invictos mais uma vez. Falcão em sua polêmica entrevista, enquadrou os jornalistas e disse algo que não teve repercussão, mais ou menos assim: eu sei como isso funciona, já estive nesse meio e sei como trabalham. Falcão se referia a perseguições, interesses de jornalistas em demissões e contratações, em elogiar ou criticar de forma contumaz um ou outro jogador ou treinador, independentemente de suas atuações. Ou será que só existe corrupção em outros setores ? Há muito tempo, no final da década de setenta o então treinador Gainete ao ser demitido do Inter ou de outro time, disse que era criticado porque não pagava aos jornalistas. Esta história é velha, o jabá é de lei. Após essa entrevista casualmente mudou o comportamento da imprensa sobre Falcão. A cobertura da Gaúcha no jogo contra o Coritiba foi nojenta, o comentarista era o Guerrinha (todos sabem que parte do desabafo do Falcão foi pra ele) e ele não manteve a crítica que vinha fazendo. E olhem que o Falcão fez tudo errado: escalou mal, mexeu pior ainda e as críticas não vieram. Era para ter aumentado a crise, mas a ameaça velada da entrevista da semana anterior, acalmou os críticos. Pena que isso jamais será passado a limpo.