Autuori Brabinho.

O árbitro da partida de ontem não assinalou dois penaltis claros a nosso favor . Aquele do segundo tempo ele estava junto ao lance. Ontem foram dois. No Grenal, um e vários outros ao longo do campeonato. Mas, em compensação, expulsou o Rockemback melhorando o time. Fez o trabalho do Autuori. Esse o tempo todo de braços cruzados e, brabinho com a torcida, não compareceu à entrevista coletiva. Tem direito de não comparecer, mas a explicação é que não convenceu: "Na Europa é comum o segundo técnico dar entrevista após os jogos". Veadagem pura! Exemplo da Europa para um time sem qualquer pretensão. É dose.

SEGUNDA-FEIRA DE RESSACA

A dor desta segunda-feira é moral. Nunca vi um grenal tão morno e com tanta facilidade para se ganhar. O gol que tomamos foi circunstancial e inesperado, já que conseguido com uma falha do Victor e ajuda do montinho artilheiro. Mas isto não importa. O que o importa, de fato, é que entramos sem a mínima vontade de ganhar. Um futebolzinho vagabundo, improdutivo, com jogadas de efeito, sem qualquer objetividade e, o principal: sem gana. A cara do nosso presidente e do nosso treinador. O que está me chateando nesta segunda-feira é a desesperança. Lembrar que ano que vem será o mesmo time, mesmo treinador e mesma diretoria, isto é, a mesma merda.

"QUE LO SIGAN CHUPANDO"

Não pretendo discutir se o Maradona é ou não competente como técnico da seleção argentina. Quero só defender o direito dele de mandar que os jornalistas 'chupem". Os jornalistas não medem qualquer palavra para adjetivar a atuação de técnicos ou jogadores. Agora a última moda são os jornalistas humoristas. Paródias, charges, críticas ferozes que muitas vezes fogem da questão de fundo e passam para o lado pessoal. Perguntas em entrevistas com o intuito de irritar. Perguntas idiotas que devem ser respondidas com urbanidade. Perguntas repetidas. Enchem o saco e exigem que o cara tenha sangue de barata. Provocam muitas vezes para serem agredidos e, com isso, beliscar uma indenização. Quando a "vítima" tem uma vitória que coloca o país na copa -e o Maradona com o time dele ganhou do Uruguai no Uruguai- querem respostas educadas, de agradecimento. Muitos criticaram ferozmente e agora perguntam como se fossem seus aliados. É assim a crítica. Mudam de opinião conforme o vento e querem ser respeitados. Esquecem que agrediram e prejudicaram carreiras. Não querem compromisso com a coerência. Tá certo o Maradona, essa era a hora dele ir a forra e ele foi. Eu esperava isso dele. Não gosto de Tites ou Autuoris que são queridinhos da mídia. Então, "que los sigan chupando".

DOMINGO FRUSTRANTE

Domingo, após o jogo contra o Sport, saí do Olímpico com a pior das emoções, ou seja, nenhuma. Não consegui nem ficar brabo. A bipolaridade do Grêmio demonstra a ausência de alma deste time. Em casa normalmente o time ganha, mas nunca convence. Estamos acostumados a torcer para um time que luta do início ao fim e não se conforma com resultados negativos. A característica do Grêmio é a entrega total, a luta do início ao fim, a briga pela bola como se fosse um prato de comida, estilo Maxi Lopez, o único titular com esse espírito. Hoje ao contrário, assistimos um time de virtuosos (?) , da jogada bonita, do passe com estilo, do toquesinho curto, do drible a mais. O Rockemback chega a se virar todo para o passe sair com estilo. O Souza é o campeão do drible a mais. O treinador, imóvel, troca dois laterais por dois laterais e um volante por outro. Cada final de jogo uma entrevista com uma nova meta. Agora é o G4, no próximo domingo será a Sulamericana e daqui a algumas rodadas, quem sabe, a permanência na primeira divisão. O pior de tudo é que para o próximo ano será o mesmo técnico, o mesmo grupo e, pior, a mesma direção. Um amigo meu, que vai a todos os jogos, preferiu neste domingo tomar um cafezinho com uma "amiga" a ir ao jogo. Assim como ele, 15 mil gremistas dexiaram de ir aos jogos neste ano. E a direção continua achando tudo maravilhoso, afinal já contamos com um exército de 100 mil alistados.

BRASILEIRÃO

Não aguento mais esse papinho de dirigente falando da meta de alcançar o G4 do Campeonato Brasileiro. Eu quero ser campeão! A Copa Libertadores é mais importante que o Brasileiro, claro, mas ela vem também para o campeão. Então vamos brigar pelo título, porque aí estaremos na Copa no ano seguinte. O título em qualquer campeonato deve ser a meta de um grande time. Enchi o saco de prêmio de consolação. Quem não se prepara para ser campeão brasileiro, fracassa na copa no ano seguinte. O Brasileiro é o melhor campeonato do mundo. Na Espanha o título é disputado por dois times. Na Itália, por três no máximo. Inglaterra há muito tempo ou é M. United ou Chelsea. Aqui são vários com condições de título. É bem verdade que tá ficando chato ver só o São Paulo ganhar, mas ele ganha porque quer o título e não só uma vaga para a Libertadores. Ganhar o Brasileirão é bom demais. Quero meu time preparado para ganhar mais um, afinal o último que ganhamos já foi há 13 anos.