quarta-feira, 2 de setembro de 2009

SAUDADE DO VELHO GRÊMIO

Ontem assisti o DVD '1983 O Ano Azul' que ganhei dos meus filhos no Dia dos Pais. O DVD se divide em depoimentos e lances de algumas partidas da Libertadores e um compacto maravilhoso do jogo no Japão. Para mim que assisti no Olímpico as partidas da Libertadores e pela TV o jogo do mundial, o sentimento é de saudade e muita nostalgia. O time no Japão era muito guerreiro. Tinha consciência que enfrentava a base da seleção da Alemanha na época -jogadores arrogantes que, mesmo no mesmo hotel, passavam com o nariz empinado para os nossos - mas entraram sem medo e com uma vontade tal, que não perderiam aquele jogo em hipótese alguma. O técnico Hapel (se não me engano) se negou a ser fotografado ao lado do Espinosa. Fizemos o primeiro gol no primeiro tempo e sofremos o empate no final do segundo. A prorrogação era para ser do Hamburgo, com moral pelo empate aos 40 d0 segundo tempo. Aí tu ouve o depoimento do De León, China, Osvaldo, Renato, Baidek, Mário Sérgio e do técnico Espinosa e descobre porque ganhamos. Os caras não se entregariam de jeito nenhum. De León no final da partida falava para o time: Eles não vão mais cabecear na nossa área. E não cabecearam. China, agora reconheço, era um baita volante e jogava na meia cancha onde só ele era marcador de carteirinha. Osvaldo, Mário Sérgio e Caju não eram bem marcadores, mas armadores de grande qualidade. Mário Sérgio foi um maestro e jogou uma baita partida. Tinha atitude, quando sentiu que Caju não estava desempenhando bem a função, trocou com ele, não esperou o leite derramar. Renato, marrento na medida certa (tem que ter alguém assim), estraçalhou. teve caimbras, voltou e decidiu. Deu balão lá atrás e enloqueceu a defesa deles. Que time ! Quanta atitude. Baidekão tirou tudo lá atrás, chegou junto com quem estava incomodando e fez o cara ir armar no meio campo. Antes do jogo em um treino, Caju reclamou de uma entrada do Renato e fez chororô, Renato foi até ele e disse se ele fizesse aquilo no jogo ele ia tomar porrada. O grupo sabia o que queria e jogou com muito futebol, mas com muita alma agregada. Dá gosto de ver o DVD. Pena que essa característica está sendo esvaziada aos poucos. É como se trocasse nossa camisa tricolor por outra qualquer, se inventasse outra bandeira ou alterasse a letra do hino. Continuo indo ao estádio, mas mais de 15 mil pessoas por jogo deixaram de ir. Vamos acabar igual aos outros, farinha do mesmo saco, sem o diferencial que metia medo. Que saudade do velho Grêmio!

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