quarta-feira, 24 de abril de 2013

OS ISENTOS

Aqui no Rio Grande do Sul os jornalistas do esporte alardeiam aos quatro ventos a posição de isentos. Pensam que estão se vacinando contra nós com tal declaração. Para esses  ser isento é não torcer nem para o Grêmio nem para o Inter. No entanto, não são isentos coisa nenhuma. Isento para o vernáculo é o cara que não toma partido, imparcial, neutro. A isenção não ocorre pela declaração de que não torcem para um clube ou outro. Ela decorre da idéia que se tem, daquilo que se escreve, sobre determinado fato. Posso ser torcedor do Grêmio e fazer uma análise clara sobre o co-irmão e vice versa. A isenção que falam, ao contrário do que imaginam, não concede aos "isentos" o poder de manifestação sem a influência do clubismo. Está claro em alguns isentos o time da sua preferência. Os contumazes leitores, ouvintes, internautas e telespectadores, sabem ao certo as preferências de cada um. É fácil de perceber. Aqui no RS, infelizmente, o que importa é a opinião da RBS, porque sua monopólica (?) audiência lhe transfere esta importância e faz pouco caso dos demais. A RBS sozinha influencia mais a opinião pública do que todos os demais grupos de comunicação daqui da aldeia. E nesta rede então, é que ocorrem os maiores absurdos da informação, capitaneados pelos "isentos". Se fosse feita uma pesquisa acerca das opiniões mais respeitadas de jornalistas para as torcidas, não tenho medo de errar que os eleitos seriam o Guerrinha e o David Coimbra, independentemente do clube que os consultados fossem torcedores. E os dois são identificados clubisticamente. O Guerrinha comenta jogo na Arena e é respeitado. Ao contrário,  o Nando Gross e o Wianey (isentos) são insultados sempre.  É pura hipocrisia a neutralidade, porque apesar da não reveleção de seu clube, não se tornam isentos pela  crítica desmedida e destrutiva que fazem. Não citei o Cacalo e o Kenny Braga, porque esses são personagens e as suas manifestações não são levadas a sério. O RS está sempre dividido e não existe gaúcho isento, ainda mais em futebol onde a rivalidade é invocada e conservada como uma virtude. Saibam que seria mais honesto e menos hipócrita que revelassem as preferências clubísticas e, via de consequência, seriam mais respeitados. Assim, protegidos por esse infame manto não os respeito e, tenho certeza, não são respeitados pelos outros.

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