Duvido que exista uma imprensa
esportiva mais xarope que a do Rio Grande do Sul. Quando falo em imprensa estou
generalizando, mas poucos jornalistas são exceções nesta regra. É bem verdade,
também, que em nosso meio há nitidamente um monopólio da RBS em todas as
mídias. Na rádio, porém, há uma forte
reação da Guaíba, que é muito melhor que a Gaúcha. A linha da Guaíba é mais
descontraída, muito mais alinhada com uma nova comunicação mais interativa, sem
filtros com a crítica manifestada pelas redes sociais. A programação das duas
maiores rádios é muito parecida, quanto a conteúdo e horários, o que as diferem
é o componente humano. Na Gaúcha existe uma linha editorial dura, chapa branca,
em defesa intransigente de instituições como a FGF e seu falido Gauchão.
Inovações como a Primeira Liga, embrião de um novo conceito em gestão de
futebol e seus certames, são recebidas como “ronha” dos clubes que sequer
conseguem administrar os seus interesses, quanto mais administrar uma Liga, na
uníssona e treinada voz de alguns cronistas como Wianey Carlet e Pedro Ernesto,
para citar alguns mais expressivos. Esses dinossauros preferem as Federações e
o status quo reinante a experimentarem
uma nova ordem no futebol. Claro que há interesse da corporação que os empregam
por trás de suas opiniões, porquanto o “Charmoso Gauchão” é um produto da RBS.
Como esse posicionamento firme e disciplinado qualquer atitude dos dirigentes
no sentido contrário, como críticas à arbitragem, às escalações dos árbitros,
ou outra qualquer que atinja a FGF ou a seu digníssimo presidente, são
encaradas como ranços ou como grenalizações baratas. A defesa dessas
instituições é forte. No sala de hoje (03/03/16) se considerou como ronha o
pedido do Bolzan para arbitragem de fora no Grenal. Nessa o Guerrinha entrou
também, embora de maneira contraditória: Disse que deve ser arbitragem Gaúcha
porque o campeonato é Gaúcho, alegando que nossos árbitros são escalados para
jogos de outras Federações. Ora, se apitam fora do estado é normal a arbitragem
ser de fora, não é mesmo? Porque só no RS deve ser daqui. No RS é comum a
imprensa secar os clubes daqui. A crítica por maus resultados é muito mais
fácil e chama muito mais atenção. Todos teriam soluções para os fatos negativos
da partida. Os técnicos é que são burros e os dirigentes ainda mais. Bom mesmo
é que hoje podemos fazer a crítica da crítica, com liberdade de expressão,
ainda que para poucos, para bem menos do que aqueles atingidos por esses
xaropes . Bom mesmo é a existência do dial nos rádios, que nos possibilitam a
troca de estação.
quinta-feira, 3 de março de 2016
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